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TAURUS

Desperta contigo a energia telúrica…
Mantém, retém, realiza,
materializa os sonhos em substâncias.
Segunda estrela da roda dos doze –
Há dez sóis para percorrer
na ronda de astros e desígnios,
na linha de destinos e almas.
Protegido de Dionísio,
em tuas veias pulsa sangue ardente,
desejo e chama
a dança de anseios:
o gosto da pele,
o toque do perfume,
luz que se sensualiza,
volatiliza e consome
em afagos febris.
Pó, terra e matéria,
concretiza ciclos,
transforma a semente em substância
nutre, sustenta,
casa de posses e solidez.
Construtor celeste,
Espírito da determinação!
Da trindade terrena
És o princípio das consolidações.
Em alguma cordilheira de Netuno
está tua queda:
o feitiço de paixões sensoriais,
a fúria dos instintos,
o arredio da teimosia egoísta.
Em algum templo de Plutão, teu exílio:
A fé e paz que brotam no silêncio das árvores.
Segue em frente,
materializador de mundos
com as bênçãos de Vênus,
que amorosa olha por ti.
Cruza o campo de Artemísias
enquanto raios lunares banham tua pele;
palpita tua beleza!
Nos olhos o brilho de safiras,
o corpo enfeitado com cobre
e fragrâncias de papoula.
Sonoridade de tambores ancestrais
firmeza e terra
raiz e solo
Gaia te protege
na tua jornada de paciência e retidão.
Escuta os impulsos de tua essência
e a eles entrega tua lealdade.
De ritmo lento e determinado,
cada passo marca uma era
de evoluções interiores.
Força divina
que concretiza mundos!
Colhe no jardim de tua vida
a rosa dos prazeres
e sorve dela o aroma,
revitalizando teus sentidos.
Teu mantra:
Ter.
Entoa sem nunca esquecer quem és,
humilde e sábio.
Transmuta energias ardentes em mutáveis e expansivas…
Um passo de cada vez.
Concretiza
Realiza
Mantém
Filho de Vênus,
Alma de Terra,
Construtor estelar.

Beltane

Na alma as fogueiras se acendem

Dança

Ao som do fogo, passos de fogo

Amanhece…

Amanhece…
Não lá fora, mas aqui dentro.
O sol interno desperta
E a flor dos sonhos exala enfim seu esplendor.
Uma linha dourada conecta um laço –
Reencontro com uma parte perdida
Que hoje reaprende a Ser e sorrir.
Não há palavra que sustente essa imensidão: vida.
Reascende a força interior,
Abre os olhos para si.
Amanheço.

A vida é uma rosa que o tempo despetala.
Prefiro comer caqui fora de época
enquanto soa o sino antigo em um haikai.
Minha casa é um templo de mutações
ornada por lírios,
nadeshikos e violetas.
Uma casa fora das horas
porque o I Ching me contou,
um dia enquanto me confundia a poemas,
que a mesma rosa que o tempo despetala
não morre, mas renasce
na lua nova de maio
a cada ciclo da existência.

Ser. Permitir. Ser.

 

Há coisas que não cabem em um poema:

a suave ondulação

que se desenha na superfície da água

quando a cigarra

gentil

se molha.

Destino

Poesia é a anciã árvore
que permite mansamente que
uma de suas flores violáceas
se desprenda de seus galhos
e flutua cálida até pousar no solo.

A Lua é uma moeda de prata

aceita em todo o Universo.

Minha Nossa Senhora da Fonologia, por favor, iluminai minha mente para que eu não confunda Oclusiva com Fricativa, Tepe com Vibrante, Aproximante com Aproximante Lateral. Que eu possa saber com precisão cada Ponto de Articulação, especialmente o Ponto das Nasais.
Que eu possa diferenciar Par Mínimo de Alofone. E que todas as minhas transcrições fonéticas sejam feitas com perfeição!
Por fim, peço que as Regras Fonológicas (apagamento, inserção, troca de ordem e modificação) sejam para sempre sabidas e lembradas. E que eu tenha intacto na memória o que são Classes Naturais e a Matrizes de Traços.
Assim seja!

3% de insônia;
5% de lembranças;
7% de abandono;
4% de desilusão;
6% de tristeza;
2% de lágrimas grossas;
10% de solidão;
13% de saudade;
e, por fim…
50% de orgulho e covardia de dizer:
Volta… eu ainda te amo.